Pivos e terminais precisam ser lubrificados?

A resposta é sim, porém, já existem peças vedadas que não necessitam de reposição da graxa e não oferecem pontos de entrada para lubrificação. O que fazer nestes casos?

Uma dúvida frequente de motoristas e reparadores diz respeito a componentes de suspensão e direção que não necessitam de lubrificação periódica, principalmente, quando se fala de pivôs e terminais. Esses componentes com vedação vitalícia são muito comuns nas linhas de montagem de montadoras.

Para os fabricantes de veículos, intervalos de serviço estendidos podem ser traduzidos em redução nos custos de manutenção periódica, bem como na aparência de confiabilidade e longevidade.

Na reparação automotiva, à medida que o intervalo médio aumenta e esses outros serviços precisam ser executados com menos frequência, as oportunidades de realizar uma inspeção periódica mais constante diminui. Isso pode ser um fator que contribui para a percepção de que existem mais falhas de componentes.

É de extrema importância fazer uma revisão preventiva nos componentes a cada 10 mil km. Alguns componentes são prejudicados em sua vida útil devido à exposição a situações muito severas que são encontradas em nossas vias de rodagem, mesmo considerando os projetos de componentes com padrões e tecnologias para que sejam cada vez longevos hoje em dia.

Este é o caso dos componentes de suspensão e direção que não permitem lubrificação. Um componente selado depende fortemente da tecnologia de polímeros (plástico), diminuindo os custos com matéria-prima quando comparada aos designs de metal com metal. Um pino de esfera de aço altamente polido girando dentro de um soquete de polímero moldado por injeção, resulta em uma peça de baixa fricção e capaz de uma articulação suave sob cargas moderadas, o que é uma proposta bem atraente.

Este projeto é adequado para muitos automóveis e alguns caminhões leves, especialmente ao projetar componentes como elos de barra estabilizadora e extremidades de tirantes. Quando essa mesma tecnologia é aplicada a componentes de suspensão responsáveis por suporte de carga ou usada em aplicações comerciais ou de frota, a vida útil pode ser comprometida.

Em algumas aplicações vedadas, as folgas estreitas tornariam quase impossível obter acesso a um ponto de conexão para a graxeira. Com seu design vedado, as juntas de baixo atrito permitem que os engenheiros criem conjuntos compactos, que oferecem uma vida útil razoavelmente longa sem manutenção periódica e reduzem os custos de produção.

Nos serviços de reposição já existem componentes de metal sobre metal com ranhuras ou canais nos conjuntos de esfera e soquete para ajudar a distribuir a graxa por toda a superfície interna do componente. Essa opção pode estender a vida útil da peça e reduzir o tempo de inatividade devido a serviços de reparos.

Um “jeitinho”…

Tentar perfurar e rosquear uma conexão para graxeira em um componente vedado, como visto em algumas dicas que circulam na internet, é um risco e, frequentemente, acrescentam um novo problema ao veículo.

Essa prática introduz um caminho para entrada de contaminantes em um ambiente vedado e aumenta a possibilidade de danificar a peça, além do risco de detritos do processo de perfuração e rosqueamento entrarem em seu interior. Além disso, a lubrificação destruirá a coifa devido à pressão da pistola de graxa.

As tolerâncias estreitas dentro da peça vedada não fornecem muito espaço para lubrificante adicional. Forçar a entrada de graxa pode danificar as superfícies de vedação existentes, levando à perda acelerada de lubrificante. Algumas peças usam teflon e outras recebem um tratamento de superfície para reduzir o atrito e o calor.

Técnicos mais experientes e qualificados preferem os benefícios de inspecionar e lubrificar periodicamente os componentes de ligação da suspensão e, quando possível, a substituição da peça vedada usada pelo OEM por uma com ponto de lubrificação que oferece mais facilidade de manutenção e desempenho. Uma solução melhor do que tentar dar um “jeitinho” no projeto original.

Por: Dana